Drácula e Batman discutem no asilo. Robespierre tenta subornar o carrasco. Goya e Picasso conversam sob o sol da Côte d’Azur. Juvenal planeja matar a mulher, Marinei, que o despreza. A recém-casada Heleninha pede conselhos ao urso de pelúcia. Qual um existencialista dotado de senso de humor, Verissimo persegue em suas crônicas o absurdo que marca a existência humana – salvo engano, a única que se preocupa com o seu propósito, o seu término e se alguém está falando demais na hora do pôquer. Em nenhum momento essa maldição se torna mais evidente do que na hora em que o homem abre a boca. Então, o que era para comunicar acaba é “estrumbicando”. Nas crônicas reunidas neste volume, Luis Fernando Verissimo escreve sobre impossibilidade, incomunicabilidade e mal-entendidos. Escreve, enfim, sobre a vida.
Verissimo, Luis Fernando O santinho / Luis Fernando Verissimo. — Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
Em ´O Santinho´, Veríssimo reúne contos que falam da infância e do ambiente escolar, traçando um panorama carinhoso da escola brasileira. Com muito talento e bom humor, o escritor ao mesmo tempo faz rir e emociona, ao contar histórias de alunos e professores, pais e filhos, santinhos... e pestinhas também.No conto que dá título ao livro, ´Santinho´, o autor narra a história bem humorada de um garoto que aparentemente servia de exemplo para toda a classe, mas que, para ele, ser bem-comportado em aula não era uma decisão sua nem era nada de que se orgulhasse. Era só seu temperamento. Na verdade, era um vagabundo, não aprendia nada, vivia distraído. Mas comportamento, 10. Dona Ilka, a professora, que vivia no seu pé, olhando-o sempre de esguelha, certa de que ele não passava de um santinho do pau oco... Já em ´Conversa´ nos deliciamos com as artimanhas que os estudantes usavam, junto aos porteiros, para entrar como penetra nos bailes noturnos do clube da cidade, proibidos para menores de idade. Luis Fernando Verissimo resgata para o leitor episódios e personagens que fazem parte de uma época que todos guardam, com saudade, para sempre num cantinho da memória.